Que o mundo corporativo vem passando por uma grande transformação digital, ninguém pode negar. Porém, o que poucos ainda têm dado atenção, é em relação às mudanças culturais e sociais que, também, vêm ocorrendo. O conceito de ESG tenta abraçar três dessas esferas: ambiente (Environmental), social (Social) e governança (Governance). Enquanto ele ainda ganha força no Brasil, no exterior já é bastante difundido, especialmente, em grandes empresas.
Isso mostra que estar de olho nisso se torna, inclusive, um diferencial competitivo! Mas você pode estar se perguntando os motivos de investir em uma cultura diversa e como colocar isso em prática. Neste artigo, conversaremos mais sobre o ESG e responderemos a essas e outras perguntas. Acompanhe!
Quando mencionamos, no início deste texto, que ainda são muitos os que relutam em dar destaque às questões sociais, não estávamos exagerando. Mesmo em países onde o ESG não é novidade, como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, ele ainda encontra resistência. Uma pesquisa da United Minds mostrou que quase 40% dos líderes acreditam que políticas de inclusão são “perda de tempo”.
O que eles não conseguem perceber é que, na verdade, o que existe mesmo é uma grande perda de posicionamento e, também, de lucros! Quem diz isso são os próprios consumidores, por meio de um levantamento conduzido pela Accenture. Intitulado All In: How inclusion and diversity drive shopper’s behavior, revelou que 42% dos pesquisados pagariam até 5% a mais para comprar de quem valoriza a diversidade.
Porém, não é apenas o social que ganha o olhar atento do público. De acordo com a edição de 2021 da Global Consumer Insights Pulse Survey, pesquisa da multinacional PwC, 49% dos brasileiros se preocupam com a sustentabilidade na hora da compra. Pode parecer pouco, mas é um grande salto em relação aos números de 2019, onde apenas 35% responderam considerar esse fator.
Enquanto isso, a questão da governança, que parece ser algo estritamente interno, também vem tendo importância perante o consumidor ― e possíveis investidores. Agora, falhas de gestão, corrupção e escândalos financeiros extrapolam as paredes das empresas e têm impacto direto na imagem corporativa. Tanto que o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), lançou um guia em que estimula o boicote às organizações que ignoram as questões ambientais ou ferem direitos humanos e trabalhistas.
Esses números corroboram o pensamento da CEO da Nimbi, Carolina Cabral. No bate-papo “Diversidade, ESG e Mulheres no Comando”, promovido pelo site Café com Comprador, ela enfatiza que “fica claro que aqueles alinhados ao ESG, além dos impactos positivos para a sociedade, também agregam valor aos seus produtos e soluções”.
O termo ESG foi usado pela primeira vez em 2004, no relatório Who Cares Wins – Connecting Financial Markets to a Changing World. Agora, quase 20 anos depois, vem ganhando o destaque que merece em empresas de todos os portes. Afinal, ele é a resposta a uma evolução social e dos negócios. Portanto, deve estar na pauta dos gestores.
Mesmo que tenhamos mostrado as demandas do consumidor, o ESG não deve ser considerado apenas na hora de se mostrar externamente. Esses aspectos precisam ser levados a sério em todas as áreas, independentemente do nível hierárquico.
A área de compras, por ter uma relação bastante próxima de outras empresas e lidar com transações financeiras diariamente, tem participação na criação de uma cultura ESG. A seguir, mostramos, ponto a ponto, como a supply chain pode ajudar a elevar esses valores.
Agora, os parceiros não precisam apenas ter o melhor preço. As políticas adotadas em relação à sustentabilidade e meio ambiente devem ser consideradas nas negociações. Mesmo com valor inferior, caso essas premissas não sejam cumpridas pelo fornecedor, sua empresa tem muito mais a perder que ganhar.
Mesmo que a contratação de um quadro diverso seja atribuição do RH, a área de compras tem papel fundamental em integrar esses colaboradores. Já é famosa a frase: Implementar uma política de diversidade é chamar a pessoa para o baile; incluir é tirá-la para dançar – que retrata exatamente o contexto da inclusão. O gestor da área é o responsável direto por fomentar uma equipe em que todos possam se expressar, contribuir e se sentir parte, de verdade, do negócio.
A governança corporativa, talvez, seja o ponto mais difundido do ESG atualmente. Muitos já têm adotado o compliance e levado isso em conta na hora de realizar negócios. Hoje, os prejuízos para a imagem, tanto perante investidores, sociedade e parceiros, são enormes e, em alguns casos, irreversíveis.
O ESG é, inclusive, uma métrica utilizada por investidores no momento de avaliar o valor de uma empresa. Então, como você pôde ver neste artigo, os benefícios em fomentá-lo atingem público interno, externo e, também, a reputação do negócio perante o mercado. E, o mais importante: não há ponto de retorno e, agora, sai na frente quem se adaptar a tempo. Para continuar por dentro do novo momento da supply chain, confira o artigo Compras 4.0: o que é e como aplicar na sua equipe. Boa leitura!