Em 2020, a cadeia de suprimentos sofreu um grande baque com a chegada da pandemia e as restrições sanitárias impostas. Agora, em 2022, a crise na Ucrânia traz novas implicações para um supply chain ainda fragilizado. Logo após a invasão russa, alguns compradores já sentiram os impactos das sanções impostas à Rússia. O preço dos fertilizantes, por exemplo, tiveram uma alta de, em média, 78% no preço em relação a 2021.
Mas, independentemente do segmento, todos são atingidos de alguma forma. Afinal, em paralelo à crise na Ucrânia, há as tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos. Tudo isso contribui para um cenário com desequilíbrio entre oferta e demanda e aumento da inflação.
Neste artigo, exploraremos mais sobre como a crise na Ucrânia tem se mostrado na cadeia de suprimentos brasileira. Acompanhe.
A resposta, como você já deve imaginar, é indefinida. Nem mesmo especialistas em geopolítica se arriscam a estimar um prazo para o fim do conflito no leste europeu. Até porque esse não é um fato isolado, como mencionamos acima.
Em um mundo globalizado, quaisquer eventos, por mais banais que possam parecer, têm poder de ecoar por aqui. O encalhamento do navio de carga Ever Given no Canal de Suez, por exemplo, foi responsável por um prejuízo que não foi totalmente calculado. O que se tem certeza é que milhões de dólares foram perdidos e muitos cronogramas de entregas precisaram ser remanejados.
Mas vale lembrar que a dependência dos insumos importados não é algo que passou a preocupar apenas em 2020. Dois anos antes, o Instituto de Estados para o Desenvolvimento Industrial já alertava sobre as implicações dessa política. No documento “Indústria e o Futuro do Brasil” foram expostos os problemas que a cadeia de suprimentos nacional corria ao estabelecer essa relação.
Isso quer dizer que, embora a crise na Ucrânia seja claramente um entrave para a cadeia de suprimentos, as consequências que vemos hoje já davam indícios de acontecer em 2018. Assim, é urgente que os gestores revejam suas políticas de compras e gama de fornecedores. Além de passar a considerar os efeitos da geopolítica na hora de elaborar o planejamento de compras corporativas.
De acordo com um levantamento global realizado pela empresa de consultoria PwC, 60% dos líderes brasileiros têm aumentado os investimentos em tecnologia. O motivo? Gestão de riscos. Acontece que mesmo com esse número expressivo, continuamos atrás do resto do mundo, onde chegou a 65%. Outro comparativo nos mostra como o cenário nacional ainda está se adaptando à transformação digital. Enquanto aqui se busca a automação de processos, lá fora o foco está na análise de dados. Isso mostra uma maturidade maior em relação às inovações e o compromisso em implementar uma cultura data-driven.
Entretanto, qualquer esforço de adequação é válido. Afinal, a crise na Ucrânia, certamente, não será o último evento a exigir uma gestão de riscos rigorosa e eficiente. Outra solução que tem sido a saída para muitos compradores é a migração do global para o local. É claro que não são todos os produtos que podem ser supridos regionalmente. Mas garantir fornecimento no país protege a cadeia de suprimentos de muitas eventualidades.
A tecnologia, novamente, mostra-se como uma grande aliada. Agora, é possível homologar e acompanhar o desempenho dos fornecedores por meio de plataformas completas, desenvolvidas pensando nas necessidades da área de compras. Dessa forma, a centralização em um só local se transforma em uma grande coletora de dados. Estes, quando analisados de perto, podem mostrar as instabilidades e gargalos que precisam ser sanados.
O BPO (Business Process Outsourcing) une dois quesitos essenciais para superar uma crise na cadeia de suprimentos: tecnologia e pessoas. A primeira, atua como suporte para garantir a agilidade que os processos de compra exigem. Já o capital humano se mostra imprescindível para a análise e gestão de tudo aquilo que envolve as demandas da área.
Em meio a uma crise, um fator que prejudica o desempenho da equipe é evidenciado: a sobrecarga. Isso porque, enquanto as negociações de insumos estratégicos precisam ser feitas o mais rápido possível, as requisições internas continuam chegando. E é fato conhecido o quanto as aquisições de indiretos ocupam tempo dos compradores e resultam em baixa produtividade.
Por isso, a terceirização dessas aquisições a um parceiro permite que os compradores possam se dedicar ao que importa. Ainda, contar com essa ajuda externa pode auxiliar a empresa a virar a chave para a transformação digital em compras.
Porém, driblar as dificuldades impostas por um evento como a crise na Ucrânia não é a única vantagem de optar pela ajuda de uma equipe especializada. Leia o artigo “5 erros que podem ser sanados ao optar pelo outsourcing da área de compras” e veja como ele aumentará a eficiência do seu time.