Quando falamos em planejamento logístico em transportadoras, é comum associar logo à determinação do trajeto que a carga percorrerá. Porém, defini-lo dessa maneira é bastante simplório, afinal, uma série de tarefas precisa acontecer antes do motorista pegar a estrada. Dessa forma, tudo que engloba a movimentação das mercadorias entra nesse conceito. Desde a negociação com o embarcador até a entrega no destino, as ações devem ser mapeadas e encaradas como um único processo.
O objetivo, como não poderia deixar de ser, é encontrar gargalos que possam estar minando a produtividade, aumentando os custos das operações e diminuindo a eficiência das entregas. A sua transportadora ainda não conta com um planejamento logístico desse nível? Se não, neste artigo, você saberá como começar a colocar isso em prática. Mas, mesmo que você já tenha um bem definido, leia até o fim para encontrar dicas que o ajudarão a otimizá-lo. Acompanhe.
As atividades de uma transportadora não se resumem ao embarque das cargas. Quem atua na área sabe bem que vários detalhes precisam ser observados. Emissão de documentos, o acompanhamento do TAC, independente ou agregado e o controle das ocorrências e entregas são apenas algumas das responsabilidades dos gestores. Acontece que esses processos demandam tempo e esforço e, muitas vezes, não recebem a atenção que merecem.
Por outro lado, negligenciá-los, compromete a segurança jurídica e a imagem do negócio. O planejamento logístico visa a resolver esses dois problemas. Ao instituí-lo, todas as ações passam a ser acompanhadas de perto, mas de maneira otimizada, para que não comprometa a atuação do gestor em atividades estratégicas.
Aqui, a chave é encarar todos os trâmites como parte da logística da empresa. Cada registro, negociação, ocorrência e finalização devem ser vistos dessa forma. E, assim como acontece na hora de roteirizar as entregas, é necessário pensar em como otimizar os fluxos. Afinal, se uma viagem mais longa onera em combustível, processos longos e manuais custam caro em eficiência. Por isso é tão importante mapear e entender tudo que é de responsabilidade da transportadora. Só a partir disso é que será possível lapidar os fluxos, tornando-os ágeis e assertivos.
Porém, para que o planejamento logístico possa cumprir com seus objetivos, o gestor deve estar próximo dos demais setores. As transportadoras, agora, precisam de um olhar holístico, que entenda que todas as áreas estão interligadas e atuam com foco no mesmo resultado. Ou seja: caso a armazenagem das mercadorias esteja desorganizada, isso tem impacto direto no tempo de carregamento do caminhão e, consequentemente, na programação da viagem e entrega ao destinatário.
Até aqui, você leu sobre a importância e as particularidades do planejamento logístico. Mas deve estar se perguntando sobre a viabilidade desse projeto. E não é para menos: como, em meio a tantas atividades, o gestor fará essa integração com as demais áreas e terá o controle das atividades, a fim de otimizá-las? De fato, se essa tarefa ficar a cargo de uma única pessoa, as chances de fracasso na implementação são enormes.
Entretanto, a Logística 4.0 trouxe inovações para o segmento que ajudarão nessa virada de chave. Nas transportadoras, o uso de softwares vem ganhando espaço na hora de gerenciar os fluxos de trabalho. Com eles, é possível ter acesso a todas as informações em um só lugar, facilitando o alinhamento entre os setores.
A digitalização dos processos pode até não ser uma novidade, mas a grande diferença está, justamente, nessa centralização. Antes, os gestores precisavam do auxílio de diversas ferramentas que, por não estarem integradas entre si, demandavam ainda mais esforço para atualizações. Agora, um único lugar é capaz de integrar todo o processo de planejamento de viagem, negociação, emissão de documentos, monitoramento, pagamentos e antecipação de recebíveis.
Embora a tecnologia seja capaz de englobar toda a gestão do transporte de carga, uma das funcionalidades é extremamente relevante quando o assunto é planejamento logístico. Estamos falando da coleta dos dados gerados no dia a dia. Afinal, cada movimentação traz uma série de informações que podem ser utilizadas para encontrar pontos de melhoria nos processos.
Com a centralização das atividades, a ferramenta consegue criar um histórico completo. Assim, dá para analisar o desempenho de motoristas, taxas de erros e ocorrências, entregas realizadas ou não, carga de retorno, entre outros indicadores. Ao ter acesso a essas informações, o planejamento logístico deixa de se basear no feeling do gestor e passa a ser um aliado importante para a assertividade das ações.
Essa cultura analítica, por sinal, é um dos pontos que quem atua no setor de TRC precisa ficar atento. No artigo, Futuro do supply chain: em que devemos ficar de olho nos próximos anos? você conhece outros que, junto ao planejamento logístico, são imprescindíveis para quem quer se manter competitivo.